A estrada corta a meio
Superficies rochosas instáveis
Quantos cristãos me terão visto nú?
Baixo o olhar sobre o medo
E espero clientes
Com a dor da derrota
Sou açucar num mundo de diabeticos.
Aos amigos... ofereço postais
Mas quando falo de luta
É nas tuas mãos que penso
Da solidão do convés principal
Das corridas de cavalos sabotadas
A um leilão de um circo falido
Aperto mãos de flanela macia
Que me acariciam o rosto.
Plumas de Ganso como guardas
Cravam-se nas minhas veis
E obrigam-me a viver
Com o vácuo nos ossos.
Atenção! Não vos aproximeis!
A embarcação é muito estreita
E eu estou a fazer o inventário da minha mercadoria.
Rebenta o talento num palavreado
Sem que o deixe enaltecer
Agarrando só lixo
Abandonando por estrada os feridos
Incertos em direcção ao horizonte
Queimando lentamente os fantasmas.
Quando te olho
Perdoo o meu passado.
Me sussurra o teu olhar
Me demonstra o teu sorriso.
Econimizarei a minha piedade
Grande como um punho
E o gume das facas
E cliente satisfeito
Terminarei como o açucar
No fundo da caneca.
Num lugar qualquer
Poderás observar
Como torre em frente ao mar
Colocada num céu de inverno
Os tapetes da minha mercadoria exposta
Que justifica o meu ofício.
(tradução de Nina de Luna)
Rebel Verticality
The road splits in two
Instable rocky surfaces
How many Christians have seen me naked?
I look down to fear
And wait for customers
With the pain of defeat
I'm sugar in a world of diabetics.
Offering postcards to friends
But when I talk about fight
I’m thinking of your flanks.
In the solitude of the main bridge
And in sabotaged horse races
To an auction of a bankrupt circus
I shake hands of soft flannel
That caresses my face.
Goose feathers as cops
Sticking into my veins
And forcing me to live
With the vacuum in bones
Attention!
Do not approach!
The boat is too narrow
And I'm making the inventory of my goods.
Stirs it up the talent in a rambling
Without let it praise
Grabbing just garbage
Leaving on the street the wounded
Unsure walking to the horizon
Burning slowly the ghosts
When I look at you
I forgive my past.
Whisper it to me your eyes
Shows it to me your smile
I will economize my compassion
Big as a fist
And the knife-edges
And satisfied customer
I will end like sugar
On the bottom of the cup
SomewhereYou will see
As a tower in front of the sea
Stucked in a winter sky
The carpets of my exposed goods
That justifies my profession
(Translation of Nina de Luna)
Verticalità Ribelle
La strada taglia in due
Superfici di sassi malferme
Quanti cristiani mi hanno visto nudo?
Abbasso lo sguardo alla paura
Ed aspetto clienti
Con il dolore della sconfitta
Io zucchero in un mondo di diabetici.
Offro cartoline agli amici
Ma quando parlo di lotta
Penso ai tuoi fianchi.
Nella solitudine del ponte di coperta
E nelle corse di cavalli truccate
All’asta di un circo fallito
Stringo mani di morbida flanella
Che mi accarezzano il viso.
Piume d’oca come sbirri
Si conficcano nelle mie vene
E mi costringono a vivere
Con il vuoto nella ossa.
Attenti non avvicinatevi!
L’imbarcazione è troppo stretta
Ed io Sto inventariando la mia merce.
Scatenare il talento in uno sproloquio
Senza lasciarlo decantare
Afferrando solo spazzatura
Abbandonando per strada i feriti
Incerti verso l’orizzonte
Arrostire lentamente i fantasmi.
Quando ti guardo
perdono il mio passato.
Me lo sussurra il tuo sguardo
lo dimostra il tuo sorriso.
Economizzerò la mia pietà
grande come un pugno
ed il filo dei coltelli
e compiaciuto cliente
finirò come lo zucchero
sul fondo del boccale.
In qualche posto
osserverai
come torre davanti al mare
conficcata in un cielo d'inverno
i tappeti della mia mercanzia esposta
che giustifica il mio mestiere.
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